A voz da educação liberal de Michael Oakeshott, foi publicado pela primeira vez em 1989, pela Yale University Press. Naquela época, estavam em voga alguns livros que sustentavam uma visão negativa sobre a educação nos Estados Unidos. Oakeshott não poderia deixar de fazer parte desse debate, e de maneira sutil, com sua contundência, paciência e seu estilo sofisticado, o autor inicia a sua reflexão cavando o pensamento até a raiz, tentando tatear toda a abrangência da natureza do aprendizado. Começa pelo tema da liberdade, refletindo sobre o que significa para o homem ter total poder sobre as suas palavras, pensamentos e ações. Segue discutindo a possibilidade e a maneira como essa liberdade se coloca no mundo, e em que nível a educação dessas palavras, pensamentos e ações pode nos ajudar a integrar esse mundo, a descobri-lo e a interpretá-lo. Chega, enfim, no papel da educação formal e da formação da Universidade – o lugar que guarda e zela pela herança das realizações humanas – e, a partir de seu princípio devocional ao pensamento, analisa o caminho dessa instituição em relação à educação e ao desenvolvimento da sociedade de consumo. Como pode uma universidade responder à atual aversão ao isolamento, à crença de que há meios melhores de se tornar humano do que aprendendo-o e ao desejo de receber uma doutrina em vez de ser iniciado em uma conversa? Eis a reflexão que Oakeshott apresenta, abordando o difícil dilema de uma instituição que precisa estar no mundo, fazer parte dele, ao mesmo tempo em que lhe é imperativo deslocar-se, colocar-se à parte.
Sobre o autor
Michael Joseph Oakeshott, britânico, formou-se em História na Universidade de Cambridge, onde obteve o título de mestre e de doutor. Filósofo político dos mais importantes do século XX e artífice magistral da língua inglesa, Oakeshott ainda é um pensador pouco conhecido, quase sempre negligenciado ou ignorado – embora se perceba um recente aumento de interesse por suas ideias. Sua produção literária é extensa. Postumamente foram publicados, dentre outros, Rationalism in Politics and Other Essays; Religion, Politics, and the Moral Life; Sobre a História e Outros Ensaios. Liberal hobbesiano em questões do Estado e idealista hegeliano para quem a vida moral se baseia nas atividades de indivíduos historicamente situados, Oakeshott repudiava o extremismo político ocorrido na Europa nos anos 1930, e seus escritos desse período revelam críticas ao nazismo e ao marxismo. Morreu em 1990, aos 89 anos, no Condado de Dorset, Inglaterra.
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