Albert Camus, Raymond Aron e Léon Blum, três intelectuais franceses muito distintos entre si, têm em comum a coragem de ter defendido suas convicções frente à visão dogmática dominante da esquerda. Em O peso da responsabilidade, Tony Judt, um dos mais respeitados historiadores contemporâneos, se vale destas figuras para examinar questões cruciais na história da sociedade francesa contemporânea – o antissemitismo e o dilema da identidade judaica, o momento marxista no pensamento francês, os traumas da descolonização e as disputas insidiosas entre direita e esquerda. A crítica contundente de Blum ao governo de Vichy, o papel de Camus na Resistência e na guerra da Argélia e a oposição de Aron à aceitação superficial da utópica promessa do comunismo por parte de muitos intelectuais também são alguns dos eixos deste livro. O livro desafia o relato convencional sobre o papel dos intelectuais precisamente porque na França eles tinham importância, porque podiam moldar a opinião pública e influenciar políticas. Em Léon Blum, Albert Camus e Raymond Aron, Judt encontra três homens que se posicionavam contra a corrente de seu tempo e demonstravam uma coragem e uma responsabilidade na vida pública que superavam em muito seus contemporâneos. As três abordagens biográficas apresentadas pelo autor combatem numerosos clichês que ainda pesam sobre a história da esquerda na França.
Sobre o autor
Estudou no King’s College, Cambridge, e na École Normale Superieure, Paris, e lecionou em Cambridge, Oxford e Berkeley. Foi fundador e diretor do Remarque Institute, dedicado a criar uma conversa permanente entre Europa e Estados Unidos. Autor e organizador de 14 livros, o professor Judt foi colaborador frequente de The New York Review of Books, Times Literary Supplement, The New Republic, The New York Times e outros periódicos na Europa e nos Estados Unidos. É autor de O chalé da memória, O mal ronda a terra, Reflexões sobre um século esquecido e Pós-guerra: uma história da Europa desde 1945, que foi eleito um dos dez melhores livros de 2005 pela New York Times Book Review, ganhador do Arthur Ross Book Award do Council on Foreign Relations e finalista do prêmio Pulitzer. Tony Judt morreu em agosto de 2010, aos 62 anos.
Comentários
Nenhum comentário ainda.