Arthur Koestler, famoso autor de “O zero e o infinito”, propõe neste estudo a teoria de que todas as atividades criativas — os processos conscientes e inconscientes por trás da originalidade artística, das descobertas científicas e da inspiração cômica — têm um padrão básico em comum.
Para defini-lo, ele fala de um pensamento “bissociativo”, termo cunhado para distinguir nossa capacidade rotineira de pensar em um único plano (o pensamento associativo) do salto criativo, o verdadeiro ato de criação, que conecta planos de referência anteriormente desconectados e nos faz viver a realidade em vários planos ao mesmo tempo — ou, em outras palavras, como funciona a mente do gênio, nas ciências e nas artes.
“O behaviorismo, a escola dominante da psicologia contemporânea, costuma reduzir a condição humana à de um autômato condicionado. Infelizmente, essa visão representa a verdade, mas só até certo ponto.
O argumento deste livro começa no ponto em que isso deixa de ser verdadeiro. Existem dois modos de escapar de nossas rotinas automatizadas de pensar e se comportar. O primeiro, claro, é o mergulho em estados de sonho ou devaneio, onde as regras do pensamento racional são suspensas. O outro caminho também é uma fuga (do tédio, da estagnação, de apuros intelectuais e frustrações emocionais), mas uma fuga na direção oposta, sinalizada por um lampejo espontâneo, que mostra uma situação familiar sob uma nova luz”.
Sobre o autor
Arthur Koestler nasceu em Budapeste em 1905. Estudou na Universidade de Viena antes de trabalhar como correspondente internacional no Oriente Médio, em Berlim e Paris. Foi membro ativo do Partido Comunista por 6 anos. Cobriu a Guerra Civil Espanhola, onde foi preso pelas tropas de Franco e recebeu sentença de morte. Em 1940 ele voltou para a Inglaterra, depois da intervenção do governo inglês para sua soltura, adotando o inglês para escrever seu primeiro livro, Scum of the Earth. Seus escritos cobriram vários assuntos, desde a política e a literatura até a área científica, e diversos deles foram publicados no Brasil: Ladrões na Noite, Chegadas e Partidas, O Fantasma da Máquina, entre outros. Koestler se suicidou em 1983, tendo expressado com frequência sua crença no direito à eutanásia.
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