O que o leitor tem nas mãos é um tratado de patifaria intelectual. Mas não para uso dos patifes, e sim de suas possíveis vítimas. Trata-se de um receituário de precauções contra a argumentação desonesta, aquele tipo de polêmica interesseira onde o que importa não é provar, mas vencer. Ensina a reconhecer e a desmontar as artimanhas do debatedor capcioso — o sujeitinho que, nada tendo a objetar seriamente às razões do adversário, procura apenas desmoralizá-lo ou confundir a plateia para fazer com que o verdadeiro pareça falso e o falso verdadeiro. Na maior parte dos casos, um homem tanto mais gesticula e dramatiza em defesa de suas opiniões quanto menos está seguro delas por dentro, por não as haver examinado bem.
Tradução da “dialética erística” de Schopenhauer: Daniela Caldas e Olavo de Carvalho.
Introdução, notas e comentários: Olavo de Carvalho.
Sobre os autores
Olavo de Carvalho (1947–) é o maior escritor brasileiro vivo. Sua obra é um testemunho da força da interioridade humana contra a tirania da coletividade, e do vínculo entre a sinceridade da consciência individual e a objetividade do conhecimento. É autor de muitos escritos, dentre os quais “Aristóteles em nova perspectiva”, “A dialética simbólica”, “A filosofia e seu inverso”, “O futuro do pensamento brasileiro” e “O jardim das aflições”.
Arthur Schopenhauer (1788–1860) publicou a exposição completa de seu sistema filosófico, “O mundo como vontade e representação”, aos 31 anos, e dali em diante tudo que escreveu foram acréscimos que em nada alteram as linhas mestras de seu pensamento. A “Dialética erística” é um dos muitos complementos que redigiu para sua obra principal.
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