Pela beleza da narrativa e a riqueza das tramas e personagens, Freya das Sete Ilhas é uma das mais belas histórias de Joseph Conrad. Até agora inédito no Brasil, a editora Revan apresenta, em primorosa tradução, mais esta obra, na qual Conrad mostra a fragilidade total da criatura humana diante do avanço inexorável de acontecimentos, sobre os quais não tem o menor domínio, e de atitudes do mundo em torno, a que não tem como fugir.
Freya é uma jovem de extrema beleza e forte caráter, por quem se apaixona, e é correspondido, um capitão e proprietário de navio, dedicado ao comércio nos mares do Pacífico. A hostilidade do pai da moça e a inveja de um oficial holandês, que mandava no arquipélago Sete Ilhas, criam obstáculos terríveis para o casal, que vive uma dramática e comovente história de amor.
Com uma exceção, O agente secreto, as obras de Conrad são variações sobre uma temática quase constante: o mar, os riscos e fascínios da vida de marinheiro, os sentimentos humanos maiores como a honra, a família, a amizade, a decepção com a torpeza e a traição, o amor entre homem e mulher, o fogo das paixões humanas. A temática é constante, mas em cada obra ela toma a forma de uma obra literária única, extraordinária, onde personagens, paisagens e situações sempre diversos e singulares saem do papel para adquirir vida na imaginação do leitor e emocioná-lo, por força da magia de palavras genialmente escolhidas e magnificamente articuladas.
Sobre o autor
Józef Teodor Konrad Korzeniowski nasceu em 1857, em Berditchev, Polônia (hoje Ucrânia). Exilado com a família na Rússia, teve o primeiro contato com a língua inglesa através do pai, tradutor de Shakespeare, e outros autores de renome. Após abandonar sua carreira na Marinha, publicou o primeiro livro, A loucura do Almayer. A esse se seguiram doze obras de caráter realista e romântico e 28 narrativas breves. Entre as mais importantes estão Lord Jim (1900), O coração das trevas (1902), Nostromo (1904), entre outras. Joseph Conrad morreu em 1924, na Inglaterra.
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