O autor concebeu o plano deste livro em 1917, no campo de batalha de Verdun. A Grande Guerra, que outros historiadores tentaram explicar pelos padrões da história anterior, não é, para ele, apenas um novo capítulo a ser acrescentado: um evento dessas dimensões exige que se reescreva toda a história, pois muda a perspectiva sobre o passado e dá início a um novo futuro. Quando a solidariedade entre milhões de homens pregou todos os soldados sobreviventes na mesma cruz da realidade, a história do mundo tornou-se a nossa própria história. Em vez de encará-la como um espetáculo a ser contemplado de fora, Rosenstock-Huessy a lê como a nossa própria autobiografia. Partindo do presente, o audacioso pensador alemão interpreta a história moderna do Ocidente como um único milênio, fundado por uma revolução total, e todas as suas convulsões históricas — como a Revolução Russa, a Francesa, a Inglesa, a Alemã e a Americana, mas também o conflito das investiduras, a guerra entre guelfos e gibelinos e os estados em guerra no Renascimento italiano — são tratadas como o dia presente, o que põe diante dos nossos olhos um legado indiviso, que devemos receber antes que passe e seja enterrado.
Sobre o autor
Eugen Rosenstock-Huessy, nascido Eugen Rosenstock (Berlin, 6 de julho de 1888 – Vermont, 24 de fevereiro de 1973), foi um foi historiador e filósofo social alemão cujo estudo se estendeu para os campos da história, teologia, sociologia e linguística.
Em seus livros, Rosenstock-Huessy discutiu a fala e a linguagem como os modeladores dominantes do caráter e das habilidades humanas em todos os contextos sociais. Ele é visto como pertencente a um grupo de pensadores que reviveram o pensamento religioso num contexto pós-nietzschiano.
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