Com 942 páginas, este Volume II — que tem substancioso prefácio do poeta, tradutor e crítico literário Ivan Junqueira, da Academia Brasileira de Letras — traz 205 artigos escritos por Carpeaux entre 1946 e 1969 para diversos jornais, sobretudo A Manhã, O Jornal e O Estado de S. Paulo, mais três prefácios a obras de Manuel Bandeira (1946), Goethe (1948) e Hemingway (1971). Nos textos jornalísticos, o respeitado pensador austríaco escreve sobre filosofia, história, literatura, poesia, teatro, cinema, ficção científica, música clássica, ópera, artes plásticas, política e psicanálise, entre outros temas, com referências a mais de 2.600 pessoas, além de dezenas de personagens de obras literárias e musicais.
“O estilo de Carpeaux é muito pessoal, muito direto, muito denso. O conhecimento de tantas literaturas, fundamente assimiladas, imprimiu-lhe, ao mesmo tempo, o máximo de variedade e concentração. Notar-se-á que é um estilo vivo, preciso e ardente. Às vezes, enérgico e áspero. Nestas ocasiões, sobretudo, este estilo está confessando um temperamento de inconformista, de panfletário, de debater. O temperamento de um homem que, monologando ou dialogando, está sempre numa atitude de luta: ou a luta interior, consigo mesmo, ou a luta exterior, com os seus adversários.” — Álvaro Lins
Sobre o autor
OTTO MARIA CARPEAUX (1900–1978), foi um jornalista, ensaísta e crítico literário austríaco naturalizado brasileiro. Nascido Otto Karpfen, filho de pai judeu e mãe católica, estudou Direito e Filosofia em Viena, Ciências matemáticas em Leipzig, Sociologia em Paris, Literatura comparada em Nápoles e Política em Berlim, além de doutorar-se em Letras e Filosofia na Universidade de Viena. Diante da ascensão de Hitler, combateu a ideologia nazista e a anexação da Áustria pela Alemanha, especialmente em seus livros e em seus artigos para a revista Der Christliche Ständestaat. Em 1938, após a invasão alemã, foi obrigado a refugiar-se, primeiro na Bélgica e, no ano seguinte, no Brasil. Conhecedor de mais de dez línguas, não demorou para dominar a língua portuguesa e firmar-se na imprensa local. O reconhecimento veio logo com os primeiros livros: A cinza do Purgatório (1942), Origens e fins (1943), Perguntas e respostas (1953), Retratos e leituras (1953) e Pequena bibliografia crítica da literatura brasileira (1955). Aclamado por nomes como Aurélio Buarque de Holanda, Graciliano Ramos, Álvaro Lins e Carlos Drummond de Andrade, começou a publicação de sua obra-prima História da literatura ocidental (1958-66), seguida por Uma nova história da música (1958), Presenças (1958), Livros na mesa (1960) e A literatura alemã (1964). Em 1968, deu por encerrada sua carreira literária, para se dedicar unicamente à luta política. Publicou também: O Brasil no espelho do mundo (1965), A batalha da América Latina (1966), As revoltas modernistas na literatura (1968), 25 anos de literatura (1968), Hemingway (1971) e Alceu Amoroso Lima (1978), além de prefácios, introduções, verbetes de enciclopédia. É considerado um dos maiores críticos literários brasileiros, tendo influenciado toda a sua geração de intelectuais e escritores.
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