A Vida Intelectual, redigida originalmente em 1920, tornou-se rapidamente célebre e até hoje consta no cânone das obras indispensáveis para a organização do trabalho intelectual. Para desenvolver um guia com lições claras e precisas, Sertillanges inspirou-se na carta de Santo Tomás de Aquino, De Modo Studendi, dirigida a um confrade monástico que lhe pedia conselhos para a vida de estudos. Dos princípios estabelecidos pelo Aquinate, Sertillanges desenvolveu um manual prático que, além de esboçar orientações seguras para a vida de estudos, oferece um exemplo de intelectual bem-sucedido.
“É até difícil, para mim, explicar a influência que esse livro teve na minha vida. O mínimo que posso dizer é que ele decidiu o curso da minha vocação. Ao lê-lo, já nem lembro quantas décadas atrás, percebi, com horror, que os princípios mais básicos e incontornáveis da vida intelectual haviam desaparecido completamente da consciência nacional, ocasionando a usurpação de praticamente todos os postos da alta cultura e da educação por charlatães, tagarelas e carreiristas desprezíveis, que nada tinham a oferecer às jovens gerações senão uma caricatura horrenda da inteligência, da ciência e das artes”.
— do prefácio de Olavo de Carvalho
Sobre o autor
Antonin-Dalmace Sertillanges (1863–1948) ingressou na Ordem dos Pregadores em 1883. Fez parte da grande retomada do pensamento tomista conclamada por Leão XIII em 1879, ao lado de Étienne Gilson, André Marc, Joseph Maréchal e tantos outros escritores católicos, chefiando a Revue Thomiste desde sua fundação em 1893. Ao tornar-se professor de filosofia moral no Institut Catholique de Paris, em 1900, Sertillanges deu início a uma vasta produção literária dedicada sobretudo à explicação em profundidade dos ensinamentos de Santo Tomás de Aquino, mas também à análise de grandes problemas da cultura contemporânea à luz da doutrina católica.
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