“A Vida da Mente”, mais que um livro de introdução à erudição e à vida de estudos, é um convite eloquente a uma visão de mundo ordenado, maduro e valoroso do espírito construtor da nossa civilização. Padre James V. Schall (1928-2019), um jesuíta da velha estirpe da sua ordem, foi um ferrenho defensor dos valores perenes da Humanidade, além de um histórico componente dos grupos liberais americanos, professor dos professores. Nesta obra ele encara a dura missão de dar os porquês de uma vida intelectual contemplativa e eficaz. Há uma pergunta de fundo no referido livro, uma questão incessante que, ainda que não se veja plenamente clara, o autor está em constante labuta com ela a fim de ofertar uma resposta convincente. Qual a pergunta? “Por que o homem moderno deve se dedicar de corpo e alma aos estudos e à vida intelectual?” No entanto, seria pequeno reduzir a obra a uma via metodológica de estudos, pois o livro se propõe a ser antes um trilho de humanização completa, e não somente um guia de estudos. Ele apresenta os fundamentos da existência racional do homem e, no caminho, nos faz enxergar os poderosos arrimos filosóficos que constroem o edifício do intelecto ocidental; desde a discussão sobre as literaturas fundantes da mentalidade moderna até um ensaio maravilhoso sobre as limitações do intelecto, além de uma lista de livros que o autor indica para os iniciantes da expedição intelectual. Schall narra uma epopeia humana de busca do saber e da ciência, ao mesmo tempo que nos convida para participar ativamente desse enredo.
Sobre o autor
James Vincent Schall (1928–2019) foi um sacerdote jesuíta, filósofo, professor e autor de tantos escritos — quase cinqüenta livros, além de capítulos, ensaios e artigos — que sua bibliografia passa de 150 páginas. Após servir o exército, ingressou em 1948 na Companhia de Jesus e na Universidade de Santa Clara, Califórnia; recebeu o título de mestre na Gonzaga University em 1955, e o de PhD em teoria política na Universidade de Georgetown em 1960. Foi membro do corpo docente do Instituto de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e do Departamento de Política da Universidade de São Francisco, e, em 1977, mudou-se para a Universidade de Georgetown. O Pe. Schall se aposentou em 2012 pronunciando sua última palestra “The Final Gladness”, ovacionado por colegas e alunos, e retirou-se no lar de idosos dos jesuítas na Califórnia. Ele escrevia para revistas e sites, como o thecatholicthing.org. Faleceu em 2019.
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