Embora tenha anunciado sua intenção de mudar de assunto depois da Longa marcha da vaca para o brejo, o autor não conseguiu mantê-la e acabou por aumentar a série O que restou do imbecil – um combate jornalístico contra o próprio estado de coisas, uma frágil barreira de papel em oposição à maré montante de estupidez letrada.Esta obra tem por objetivo documentar aquilo que não pode remediar: o discurso dominante do baixo ventre da intelectualidade brasileira acabou por colorir-se ainda mais, assumindo tons mais ferozes, dogmáticos e arrogantes, que assinalam um progresso substancial da inteligência pátria ladeira abaixo e prenunciam a breve conversão da estupidez verbal em vias de fato.O título deste volume, O imbecil juvenil, alude por um lado àquela observação de René Descartes segundo a qual todos os nossos problemas advêm de que antes de ser adultos fomos crianças; e, por outro, ao consagrado termo gramsciano, tropicalmente adaptado às terras brasílicas a fim de comentar as muitas manifestações da imbecil-coletividade. O leitor que se prepare.
Sobre o autor
Olavo de Carvalho, nascido em Campinas-SP, em 29 de abril de 1947, tem sido saudado pela crítica como um dos mais originais e audaciosos pensadores brasileiros. A tônica de sua obra é a defesa da interioridade humana contra a tirania da autoridade coletiva, sobretudo quando escorada numa ideologia “científica”. Para Olavo de Carvalho, existe um vínculo indissolúvel entre a objetividade do conhecimento e a autonomia da consciência individual, vínculo este que se perde de vista quando o critério de validade do saber é reduzido a um formulário impessoal e uniforme para uso da classe acadêmica.
Comentários
Nenhum comentário ainda.