O Manual de Metodologia Dialética merece ser considerado o testamento filosófico de Louis Lavelle. Se a filosofia é antes um método do que uma doutrina, este livro impressiona sobretudo pela forma. As três partes que o compõe — a reflexão, o método, a descoberta — são constituídas por uma série de proposições, assim como a Ética de Spinoza. Mas o método de Lavelle não é uma lógica pura: para ele, a verdade se entrega menos ao rigor dedutivo, do que à pureza da atenção.
O método verdadeiro e sem artifício é aquele a se confundir com as operações concretas do sujeito, onde a reflexão nos entrega, numa experiência indubitável, a origem e o fundamento de tudo que existe. A metodologia preconizada por Lavelle nos chama à experiência interior da participação e provoca um diálogo consigo, com o outro e com Deus, que, por fim, deve se tornar a Sabedoria.
Sobre o autor
Chamado por A.-D. Sertillanges “o Platão dos nossos dias”, Louis Lavelle foi professor do Collège de France e integrante da Academia de Ciências Morais e Políticas. Nascido na mesma região em que Michel de Montaigne e Maine de Biran, foi permanentemente influenciado por eles. Escreveu o que se tornaria a sua tese de doutorado em algumas cadernetas que comprou na cantina do campo de Giessen, onde passou os últimos anos da Primeira Guerra Mundial. Fundou, com seu amigo René Le Senne, a chamada filosofia do espírito. Lavelle influenciou decisivamente pensadores como Pierre Hadot, Alfonso López Quintás, Vicente Ferreira da Silva, Alfredo Bosi, Tarcísio Padilha, Étienne Borne e Paul Ricoeur.
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