Introdução a Aristóteles - Giovanni Reale - Companhia dos Livros Conservadores

Giovanni Reale, um filósofo do nosso tempo, expõe alguns instrumentos críticos essenciais para compreender a obra de Aristóteles, à luz das perspectivas historiográficas mais recentes. Para além de uma abordagem à biografia de Aristóteles, Giovanni Reale discorre sobre o seu pensamento e a sua obra, incluindo nesta Introdução uma das bibliografias mais completas não só de Aristóteles, mas também sobre o grande filósofo grego.

Maior filósofo da Antiguidade, talvez o maior de todos os tempos, Aristóteles nasceu em Estagira, então na Macedônia, em 384/383 a.C. Ingressou muito jovem na Academia de Platão, em Atenas, e lá passou vinte anos. Viajou bastante pela Ásia Menor, educou Alexandre, o Grande e fundou o Liceu, seguindo o modelo platônico de amizade e liberdade para os alunos, com um espaço (o perípatos) destinado a caminhadas em grupo. Estabeleceu ali um museu de história natural e uma biblioteca de mapas e manuscritos, usados em um extenso programa de pesquisas.

O platonismo é o núcleo em torno do qual se constitui a obra aristotélica. Porém, ao contrário de Platão, Aristóteles dedicou-se tanto à filosofia pura quanto às ciências empíricas, coletando e classificando informações sobre a natureza e os seres vivos. Dividiu as ciências em três ramos: as teoréticas, que buscam o saber em si mesmo; as práticas, que buscam o saber para alcançar a perfeição moral; e as poiéticas, que buscam o saber para produzir objetos. A lógica não pertence a nenhum desses ramos: mais que uma ciência, ela é o instrumento preliminar de toda ciência, pois mostra como o homem pensa.

Depois da morte de Aristóteles, em 322 a.C., sua biblioteca pessoal ficou com Neleu, que a levou para a cidade de Scepse, onde permaneceu guardada (e esquecida) durante trezentos anos. Muita coisa se perdeu, mas o que foi recuperado influenciou decisivamente o desenvolvimento da filosofia e da ciência em todos os centros em que, desde então, a alta cultura prosperou: Grécia, Roma, Alexandria, Bizâncio, o mundo islâmico, com seus inúmeros comentadores, e, finalmente, a Europa, onde o legado aristotélico foi assimilado e reinterpretado por Santo Tomás de Aquino, contribuindo decisivamente para redefinir a teologia cristã.

Sobre o autor

Giovanni Reale (1931-2014) foi um historiador de filosofia italiano. Estudou na Università Cattolica del Sacro Cuore de Milão e, mais tarde, em Marburg an der Lahn e em Munique. Depois de ensinar em escolas secundárias, adquiriu uma cátedra na Universidade de Parma, onde lecionou cursos de Filosofia Moral e História da Filosofia. Regressou posteriormente à Università Cattolica del Sacro Cuore de Milão, onde foi professor de História da Filosofia Antiga por muitos anos e onde também fundou o Centro di Ricerche di Metafisica. Em 2005, foi lecionar na nova Faculdade de Filosofia da Universidade Vita-Salute San Raffaele, em Milão.

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