Em versos decassílabos, A Divina Comédia é dividida em três partes: Inferno, Purgatório e Paraíso. O principal objetivo da obra é a edificação moral do pecador em busca do caminho do perdão divino. Com seu companheiro Virgílio, o poeta atravessa os tortuosos caminhos do Inferno e Purgatório até atingir o Paraíso, onde encontra Beatriz, que representa a sabedoria cristã, a única que pode levá-lo a Deus.
Texto fundador da língua italiana, súmula da cosmovisão de toda uma época, monumento poético de rigor e beleza, obra magna da literatura universal. É fato que a “Comédia” merece esses e muitos outros adjetivos de louvor, incluindo o “divina” que Boccaccio lhe deu já no século XIV. Mas também é certo que, como bom clássico, este livro reserva a cada novo leitor a prazerosa surpresa de renascer revigorado, como vem fazendo de geração em geração há quase setecentos anos.
Sobre o autor
Dante Alighieri nasceu em Florença, em 1265, descendente de uma família tradicional da cidade. Casou-se aos vinte anos com Gemma Donati, esposa designada por contrato, e teve três filhos. Em 1289 participa da batalha de Campaldino contra os Arezzo, e por volta de 1293 redige Vita Nuova, inspirado por sua paixão juvenil por Beatrice Portinari. Em 1300 elege-se para o conselho florentino, apoiando os guelfos brancos (que queriam limitar o poder do papado) contra os guelfos negros (apoiadores do papa) e os gibelinos (apoiadores do Sacro Império Romano-Germânico). Com a vitória política e militar do papa Bernardo VIII e dos negros, Dante teve que se mudar em 1302 para Verona e, após passar por várias cidades, para Ravenna. Nesse período de exílio, que dura até o final da vida, dedica-se aos estudos e à literatura, redigindo os tratados De Vulgari Eloquentia e De Monarchia, as Epistole, em latim, e a obra-prima Commedia, poema fundador da língua italiana, que conclui pouco antes de sua morte. Faleceu em Ravenna, em 1321.
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