Jean Guitton (1902-1999) foi um daqueles homens para quem a tarefa de pensar se tornou um modo de vida. Pela sua própria experiência, conhecia perfeitamente os meandros do pensamento, o alcance e os limites da razão, as pequenas e grandes dificuldades do trabalho intelectual. Acreditava que todos nós somos, em maior ou menor grau, trabalhadores intelectuais, e que devemos aprender a utilizar bem as ferramentas. Por isso, dedicou três obras a ensinar a pensar: “Trabalho Intelectual”, “Aprender a Viver e a Pensar” e “Nova Arte de Pensar”.
Mais do que uma técnica, o pensamento é uma arte, e Guitton apresenta as suas sugestões para aceder a ela. Embora as suas receitas sejam originais, o livro está repleto de citações e exemplos, nomeadamente de autores franceses como Pascal, Blondel, Bergson, Descartes, Bossuet, Victor Hugo, Montaigne…
Todo o pensamento começa com um ato de admiração, que é como que uma antecipação do que vai ser descoberto. A primeira virtude da inteligência, diz Guitton, é ter a impressão de que não se compreende: só então se desencadeia o trabalho de pensar. A admiração proporciona-nos um estado de graça que devemos aproveitar para pôr mãos à obra. Por isso, é necessário primeiro libertar a imaginação, mas depois impor uma ordem. Esta ordem é marcada por um tríplice processo de escolha, distinção e contradição.
Sobre o autor
Jean Guitton foi um filósofo e teólogo francês. Nasceu em Saint-Étienne em 18 de agosto de 1901 e faleceu em 21 de março de 1999 em Paris. Ele é conhecido por suas contribuições para a filosofia e teologia católica. Guitton foi membro da Academia Francesa de 1961 até a sua morte. Ele escreveu extensivamente sobre temas como religião, filosofia, literatura e ciência, e sua obra abrange mais de cinquenta livros. Guitton foi um defensor do diálogo entre a fé e a razão, buscando conciliar a religião e a filosofia. Por seu trabalho, recebeu diversos prêmios e honrarias ao longo de sua carreira.
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