“A justiça, quando separada do amor, torna-se vingança.” — Henry Miller
Jakob Wassermann, grande representante do romance psicológico, desenvolve esse tema a ponto de lhe conferir a grandiosidade de uma tragédia grega.
Com seu gênio inventivo e uma incomparável capacidade descritiva — que lhe granjearam a alcunha de “Dostoiévski do século XX” —, Wassermann tece em O processo Maurizius uma profunda reflexão sobre a justiça, o livre-arbítrio e a incessante busca pela verdade, conduzindo magistralmente o leitor através da história de Etzel Andergast, um rapaz de dezesseis anos, filho do procurador-geral, que descobre as atas de um processo polêmico e central para a carreira do pai, sem saber que isso mudaria para sempre a sua própria vida.
O processo Maurizius é o primeiro volume de uma trilogia que segue com Etzel Andergast e se conclui com A terceira existência de Joseph Kerkhoven.
Sobre o autor
Jakob Wassermann (1873–1934) foi um romancista e contista judeu alemão, considerado um dos maiores escritores da literatura alemã do século XX. Nascido em Fürth, cidade industrial próxima de Nuremberg, filho de um modesto comerciante, abandonou cedo a vida comercial imposta pelos pais para se tornar escritor. Em Munique, travou amizade com Thomas Mann, Rainer Maria Rilke e Hugo von Hofmannsthal, e publicou suas primeiras obras: Melusine (1896), Os judeus de Zirndorf (1897) e A história da jovem Renata Fuchs (1900), O Moloc (1902) e Alexandre em Babilônia (1904). Sua prosa psicológica e o estilo narrativo realístico, fortemente influenciado por Dostoiévski, alçou-o ao posto de um dos escritores mais lidos e traduzidos dos anos 1920– 30, com as obras Kaspar Hauser (1908), O espelho de ouro (1911), O homem dos gansos (1915), Christian Wahnschaffe (1919), sua autobiografia Meu caminho como alemão e judeu (1921), para culminar com sua obra-prima: a trilogia composta por O processo Maurizius (1928), Etzel Andergast (1931) e A terceira existência de Joseph Kerkhoven (1934). Com a ascensão do nazismo, teve seus livros banidos na Alemanha e, apesar dos agravos financeiros e do exílio na Áustria, não deixou de cumprir com a sua vocação de escritor, granjeando a alcunha de “Dostoiévski do século XX”.
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