Obra-chave do pensamento ocidental, “os Ensaios” de Montaigne, publicados na França entre 1580 e 1588, tornaram célebre seu autor, inspiraram os filósofos do Iluminismo e criaram um novo gênero literário. Ao falar de si mesmo com uma franqueza e liberdade que até hoje nos tocam, Michel de Montaigne (1533-1592), um homem do Renascimento, fala na verdade da condição humana, com reflexões sobre a psicologia, a educação, a ética e a política. Esta tradução integral de Sérgio Milliet, um dos grandes intelectuais brasileiros do século XX — que busca, em sua elegância e fluência, sempre a fidelidade ao espírito do original —, é apresentada aqui com a rigorosa revisão técnica de Edson Querubini, um dos principais especialistas em Montaigne no Brasil.
Sobre o autor
Michel de Montaigne nasceu em 1533, no castelo do pai, Pierre Eyquem, propriedade próxima à cidade de Bordeaux, na França. Sua família era formada por comerciantes que ascenderam à condição de nobres togados na região. Recebeu desde pequeno uma educação baseada nos clássicos greco-latinos, que passavam por grande revalorização desde o final da Idade Média. Após estudos no Colégio de Guyenne, de inspiração humanista, e em Toulouse, conhece La Boétie, que se torna seu grande amigo. Alterna então períodos de atividade na corte e na administração pública de Bordeaux com viagens ao exterior, numa época em que a França atravessava as Guerras de Religião, entre católicos e protestantes, e a Europa descobria o Novo Mundo. A partir de 1571, nos intervalos entre suas funções político-administrativas, retira-se para o castelo de Montaigne para redigir a obra que o tornaria conhecido, os Ensaios, publicados entre 1580 (Livros I e II) e 1588 (Livro III). Faleceu em 1592.
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