Dando continuidade ao estudo iniciado em O grande código, Northrop Frye delineia a influência de temas e formas expressivas da Bíblia na literatura ocidental, analisando autores como Dante e Shakespeare, Yeats e Eliot, na tentativa de elucidar até que ponto a unidade canônica da Bíblia indica ou simboliza uma unidade imaginativa muito mais ampla na literatura secular.
Uma vez que toda sociedade humana possui uma mitologia que é herdada, transmitida e diversificada pela literatura, Frye analisa a linguagem bíblica em busca de quais seriam os princípios que deram à literatura o seu poder de comunicação no decorrer dos séculos e de todas as mudanças ideológicas, argumentando que os textos bíblicos devem ser lidos em sentido imaginativo e poético, em vez de histórico ou doutrinário, para mostrar, por fim, como a Bíblia e a literatura giram em torno de quatro preocupações principais da vida humana.
Sobre o autor
Um dos mais importantes críticos literários do século XX, Northrop Frye tornou-se mundialmente conhecido enquanto ainda era estudante. Opondo-se à corrente do New Criticism, analisou os clássicos da literatura ocidental a partir, especialmente, dos modelos literários bíblicos. Estudou filosofia e teologia na Universidade de Toronto, sendo ordenado ministro pela United Church of Canada, e prosseguiu com os estudos na Universidade de Oxford. Foi professor em Harvard e membro honorário da Academia Britânica, da Academia Americana de Artes e Ciências e da Sociedade Filosófica Americana. Das inúmeras obras literárias que analisou, consta a novela Dão-Lalalão, do brasileiro Guimarães Rosa. Opôs-se à Guerra do Vietnã e ao apartheid sul-africano. É verbete da Enciclopédia Britânica. Harold Bloom é um dos muitos críticos decisivamente influenciados por ele.
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