Anatomia da Crítica é considerada a obra mais influente de Northrop Frye. Em quatro ensaios, o autor formula um tratado a respeito dos objetivos, dos princípios e das técnicas da crítica literária, assim como das convenções da literatura. Para ele, a literatura não consiste numa série de obras individuais, mas sim num conjunto integrado de formas. A tarefa do crítico seria identificá-las, reconhecendo seus padrões e recorrências.
“Anatomia da Crítica anunciou o caminho próprio que Frye começou a trilhar em meio ao predomínio do New Criticism. Vale dizer, em lugar do close reading, técnica de leitura deliberadamente cingida à interpretação intensa de uma única obra, o crítico canadense sempre se preocupou com o estabelecimento da relação de um texto particular com horizontes mais amplos. Por isso, desde seus primeiros trabalhos, ele se orientou por um modelo muito diverso da “leitura cerrada”, valorizando antes a inter-relação de textos numa tradição determinada. Eis, então, seu modo de entender a literatura: ela não consistiria numa miríade de obras individuais, como, por exemplo, diria um Benedetto Croce. Pelo contrário, a experiência literária supõe um vasto conjunto integrado de formas. A tarefa do crítico seria identificá-las, reconhecendo seus padrões e recorrências. Anatomia da Crítica leva esse ambicioso projeto a seu momento definitivo.”
— João Cezar de Castro Rocha
Sobre o autor
Um dos mais importantes críticos literários do século XX, Northrop Frye tornou-se mundialmente conhecido enquanto ainda era estudante. Opondo-se à corrente do New Criticism, analisou os clássicos da literatura ocidental a partir, especialmente, dos modelos literários bíblicos. Estudou filosofia e teologia na Universidade de Toronto, sendo ordenado ministro pela United Church of Canada, e prosseguiu com os estudos na Universidade de Oxford. Foi professor em Harvard e membro honorário da Academia Britânica, da Academia Americana de Artes e Ciências e da Sociedade Filosófica Americana. Das inúmeras obras literárias que analisou, consta a novela Dão-Lalalão, do brasileiro Guimarães Rosa. Opôs-se à Guerra do Vietnã e ao apartheid sul-africano. É verbete da Enciclopédia Britânica. Harold Bloom é um dos muitos críticos decisivamente influenciados por ele.
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