Vários estudos buscam explicar os motivos pelos quais algumas nações e regiões crescem mais que outras. Os modelos de crescimento tradicionais analisam a importância do capital humano, capital fixo, tecnologia e produtividade. Contudo, outras abordagens indicam que análises sobre o crescimento econômico deveriam considerar fatores culturais, tais como honestidade, parcimônia e vontade de trabalhar, pois, certamente, possuem uma influência relevante no contexto econômico.
No tocante aos fatores culturais, é evidente que a religião exerce influência direta sobre o modo de vida das pessoas e impacta toda a organização social e econômica dos países, conforme já foi pontuado nas obras de Adam Smith (1759 e 1777). Assim, a importância atribuída neste estudo para o Brasil decorre da significativa alteração no campo religioso nas últimas décadas, em que a proporção de protestantes cresceu 15,55 pontos percentuais, sendo 3,06% dos evangélicos tradicionais e 12,49 pontos percentuais dos evangélicos pentecostais. Já em relação à proporção de católicos, declinou 24,10 pontos percentuais.
À luz desta nova realidade sócio cultural, neste trabalho foi analisada a influência da religião sobre o crescimento e o desenvolvimento econômico, com base no nível de renda per capita da população e no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios do Brasil. A hipótese estabelecida aponta que a ética protestante é, de modo geral, um fator que contribui positivamente nesse processo (WEBER, 1904). Os resultados obtidos mostram que a expansão do protestantismo tradicional e pentecostal contribuíram para aumentar o nível de renda do país. Deste modo, o trabalho trouxe luz à importância da economia da religião em questões relacionadas ao crescimento e desenvolvimento socioeconômico.
Sobre o autor
LUAN VINICIUS BERNARDELLI
Doutorando em Teoria Econômica pela Universidade Estadual de Maringá. Mestre em Teoria Econômica pela Universidade Estadual de Maringá (2017). Especialista em Direito Bancário pela Verbo Jurídico (2017) e Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (2016). É Professor Colaborador da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). Atua nas áreas de finanças, economia regional e economia da religião.
EDNALDO MICHELLON
Doutor em Ciências Econômicas pela Unicamp – Universidade Estadual de Campinas e pela Universidade da Califórnia (UCR). É Professor Associado da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Atua no ensino, pesquisa e extensão nas linhas voltadas ao Desenvolvimento Rural, Regional, Econômico e Sustentável. Foi o ganhador do 30º Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia na categoria Pesquisador-Extensionista. É o responsável pelo Convênio de Cooperação entre a Universidade de Alicante (Espanha) e a UEM. Publicou vários livros e coordena os Projetos como CerAUP, PPCPO e REDIfeira entre outros.
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