As preocupações que permeiam este livro vinculam-se àquelas dos autores da Renascença e, mais ainda, às dos autores gregos e latinos que estudaram a arte de convencer e as técnicas da discussão. Ultrapassam amplamente os limites da retórica tradicional e visam, sobretudo, aos textos impressos e aos meios discursivos de obter consentimento. As diferentes espécies de discurso, suas variações em função das disciplinas e dos ouvintes, a maneira pela qual as noções se modificam e se organizam, a história dessas transformações, os sistemas que tiveram origem na adaptação de conjuntos nocionais a problemas de conhecimento fornecem aqui um campo de pesquisas de uma riqueza incomparável. Por analisar os raciocínios apresentados, tanto por jornalistas nos seus jornais ou políticos em seus discursos quanto por advogados em suas defesas, juízes em suas decisões ou metafísicos em suas explanações, este tratado da argumentação é dirigido não apenas aos filósofos mas a todos aqueles que têm a tarefa de convencer, seja a que titulo for.
Sobre o autor
Chaïm Perelman (Varsóvia, 20 de maio de 1912 — Bruxelas, 22 de janeiro de 1984) foi um filósofo do Direito que viveu e ensinou durante a maior parte de sua vida na Bélgica. É um dos mais importantes teóricos da Retórica no século XX. Sua obra principal é o Traité de l’argumentation – la nouvelle rhétorique (“Tratado da argumentação – a nova retórica”), de 1958, escrito em conjunto com Lucie Olbrechts-Tyteca. Outro livro muito importante do autor, principalmente no meio universitário é o intitulado “Lógica Jurídica”. No Brasil, a obra foi traduzida para o português pela Editora Martins Fontes (1996).
Lucie Olbrechts-Tyteca foi uma acadêmica belga, socióloga e colaboradora de longa data do filósofo Chaïm Perelman. Ela se ofereceu em 1948 para apoiar seu trabalho e desenvolveu vários aspectos da Nova Retórica de forma independente nos anos posteriores.
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