A filosofia moderna começou muito mal — com Hobbes e Locke na Inglaterra, e com Descartes, Spinoza e Leibniz no continente. Cada um desses pensadores agiu como se não tivesse predecessores a quem consultar, como se estivesse começando a construir pela primeira vez, do zero, todo um sistema de filosofia. Carentes de algo como um exame crítico e cuidadoso das visões dos filósofos antigos e medievais, em vão os pensadores modernos repudiaram o passado como se fosse um repositório de erros. Mas ao rejeitar certos pontos da doutrina herdada do passado, fica perfeitamente claro que eles não a entenderam propriamente, porque os erros que cometem provêm da ignorância de distinções e insights já consagrados, essenciais para a resolução dos problemas que os modernos se propõem a resolver.
Sobre o autor
Filósofo, professor e teórico da educação norte-americano, Mortimer J. Adler (1902-2001) nasceu em Nova York, no seio de uma família judia. Abandonou a escola aos quatorze anos e foi trabalhar como contínuo no New York Sun. Alguns anos depois, pretendendo tornar-se um jornalista, decidiu frequentar aulas na Columbia University para melhorar a escrita. Em Columbia, teve contato com as obras de Aristóteles, Santo Tomás de Aquino, John Locke, John Stuart Mill e outros. Dedicou-se tanto aos estudos que não conseguiu cumprir os requisitos mínimos para completar sua graduação. No entanto, logo a universidade o recompensou com um doutorado honorário pela qualidade de sua escrita.
Assim, na década de 1920, Adler tornou-se professor de psicologia, escrevendo vários livros sobre a filosofia e a religião ocidentais, além de suas próprias obras filosóficas. Nelas, ele evitava a linguagem acadêmica a fim de fazer com que seus pensamentos fossem acessíveis a qualquer tipo de leitor, e não apenas a especialistas e acadêmicos. Autor de mais de 50 livros, na década de 1930, tornou-se professor da Universidade de Chicago, ajudando a fundar o Institute for Philosophical Research da Universidade da Carolina do Norte, o Aspen Institute e o Center for the Study of the Great Ideas.
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