O Agente secreto tem, por personagem central, um espião de embaixadas estrangeiras em Londres, e também da polícia inglesa, cujo ofício era infiltrar-se no movimento revolucionário local a fim de fornecer informações e provocar atos terroristas que justificassem uma repressão mais violenta aos trabalhadores. Sua ação culmina com uma tentativa de fazer explodir o Observatório de Greenwich, que até hoje baliza as horas do planeta e que era, naquele início do século XX, o símbolo da sociedade mais poderosa do mundo, em cujo império ”o sol nunca se põe” – o que tem curiosa ressonância com o atentado que, cem anos depois, transformou em bola de fogo o World Trade Center de Nova York.
Com esse tema, Joseph Conrad aplica seu talento de escritor extraordinário e sua aguda percepção do espírito humano para penetrar no mundo torpe de governantes, policiais e espiões que, há séculos e em quase toda parte, usa o terror como instrumento de ação do Estado, eventualmente servindo-se da colaboração involuntária de revolucionários honestos, mas ingênuos ou malucos.
Sobre o autor
Józef Teodor Konrad Korzeniowski nasceu em 1857, em Berditchev, Polônia (hoje Ucrânia). Exilado com a família na Rússia, teve o primeiro contato com a língua inglesa através do pai, tradutor de Shakespeare, e outros autores de renome. Após abandonar sua carreira na Marinha, publicou o primeiro livro, A loucura do Almayer. A esse se seguiram doze obras de caráter realista e romântico e 28 narrativas breves. Entre as mais importantes estão Lord Jim (1900), O coração das trevas (1902), Nostromo (1904), entre outras. Joseph Conrad morreu em 1924, na Inglaterra.
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