Situado na Lombardia durante o domínio espanhol do final da década de 1620, Os noivos conta a história de dois jovens e humildes camponeses, Renzo e Lucia, impedidos de se casarem e perseguidos por Dom Rodrigo, fidalgo mais poderoso das redondezas que, por causa de uma aposta, decidiu seduzir a moça. Forçados a fugir, os noivos são cruelmente separados e devem enfrentar infortúnios como a peste, a fome e a prisão, além de se confrontar com vários personagens — a misteriosa freira de Monza, o impetuoso Padre Cristoforo e o sinistro Inominado —, sem nunca perder a confiança na Providência.
Baseado em uma rigorosa pesquisa histórica e linguística, Manzoni pinta o ambiente italiano do século XVII e oferece um painel dos inúmeros tipos humanos que podemos encontrar durante a vida. Na tradução de José Colaço Barreiros, o leitor terá contato com a versão definitiva dessa “obra-prima de toda a humanidade”, como disse Benedetto Croce, seguida de A história da coluna infame.
Precursora do romance de investigação judicial, a História da Coluna Infame foi publicada pela primeira vez como um apêndice de Os Noivos, o grande romance italiano moderno. No entanto, Manzoni, talvez preocupado com a incoerência de incluir fatos históricos em uma obra de ficção, decidiu publicá-la separadamente. Os acontecimentos que o romance analisa datam de 1630. Milão, então sob domínio espanhol, sofre uma epidemia de peste. Uma velha fofoqueira lança uma acusação contra o Comissário de Saúde: ela o tinha visto “manchar” os muros do bairro. Os réus são brutalmente torturados e confessam. A sentença condena os réus a uma morte atroz.
Sobre o autor
Alessandro Manzoni (1785–1873), poeta, romancista, ensaísta e dramaturgo, foi um dos maiores escritores italianos e fundador da prosa moderna italiana. Nascido em Milão, estudou nos colégios dos Padres Somascos e Barnabitas. Aos nove anos, escreveu seus primeiros versos, chamando particular atenção dos intelectuais por seu poema “Il Trionfo della Libertà”. Findo o ciclo escolar, foi para Milão, onde teve contato com o ambiente iluminista, conheceu Ugo Foscolo e Vincenzo Monti, a quem reconheceria como seu mestre. Em 1805, foi a Paris e sua vida ganhou nova intensidade intelectual, especialmente em razão da amizade com Fauriel, um dos autores mais prestigiados da época. Em 1808, casou-se com Enrichetta Blondel, primeiro no rito calvinista e, após a sua conversão em 1810, no rito católico. Estabelecido em Milão, aderiu ao romantismo após um período neoclássico. Escreveu poemas como Inni sacri e “Il Cinque Maggio”, as tragédias Adelchi e Il Conte di Carmagnola, e o tratado Observações sobre a moral católica. Inspirado em Walter Scott e Ripamonti, escreveu sua obra-prima, Os noivos, que lhe granjeou fama universal. Morreu em Milão aos 88 anos. Considerado um dos maiores romancistas e pedra angular da literatura italiana, foi responsável por lançar as bases da língua e da nação italiana.
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