Numa época em que famosos se convertem e velhos ateus se afirmam cristãos culturais, há uma pressão para os evangélicos estarem à altura de uma fé mais sofisticada, veneranda e respeitável. Busca-se estar no lado certo da luta pela salvação da civilização ocidental, e os olhos se encantam com figuras que defendam o cristianismo com poder. Parece ter expirado o prazo de validade da suficiência da Palavra de Deus, e é hora de dar lugar aos novos “superapóstolos”.
Conforme nos lembra Tiago Cavaco, nada disso é realmente novo: o apóstolo Paulo na segunda carta que escreveu aos coríntios já mostrava que o caminho não se faz de aparências, por muito eficazes que pareçam. A um mundo ansioso por ver vitórias culturais, Deus pode responder não respondendo. São preferíveis três nãos de Deus quando neles a graça de Jesus se torna o que basta para nós.
Sobre o autor
Pastor da Igreja da Lapa, em Lisboa, Portugal, formado em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa, é músico, compositor, cantor e fundador, com Samuel Úria, da editora musical FlorCaveira. Tiago Cavaco é uma voz evangélica no diálogo com a sociedade portuguesa, dividida entre a tradição católica e a intelligentsia secular. Sua perspicácia e arte ao abordar temas difíceis — mas que precisam ser encarados de frente — têm despertado a admiração de leitores brasileiros e veículos da imprensa religiosa e não religiosa. Escreve regularmente em seu blog Voz do Deserto (vozdodeserto.blogspot.com) e é colunista do jornal Observador. É casado com Ana Rute e pai de Maria, Marta, Joaquim e Caleb.
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