Enfrentando os perigos do mar e cruzando os limites do mundo conhecido, o capitão Vasco da Gama e sua tripulação empreendem uma viagem que ficaria marcada na história portuguesa. Em sua jornada, os navegantes terão de escapar dos ardis de Baco e da ira dos mouros; para tanto, contarão com o favor de Júpiter e Vênus, bem como da Divina Providência – na epopeia, a fé cristã e a mitologia greco-latina coexistem. Os Lusíadas têm uma importância central na literatura de língua portuguesa: trata-se da obra que consolidou o português moderno e elevou o idioma ao patamar de língua de cultura. Com sua epopeia, Camões consagrou-se como nosso maior poeta. Mais do que sintetizar os anseios de uma nação e de todo um período histórico – glória reservada a poucos –, com “Os Lusíadas”, Camões imortalizou-se como um tesouro português legado à humanidade.
“Camões é Os Lusíadas. […] O povo, que cantou, fizera da ficção certeza, da distância colônia, da imaginação vontade. Sob os próprios olhos do épico se desenrolou o inimaginável e o impossível se conseguiu. Sua epopéia não foi mais que uma reportagem transcendente, que o assunto obrigou a nascer épica. […] Em certo modo viveu o que cantou, sendo, assim, o único épico que foi lírico ao sê-lo.”
— Fernando Pessoa
Sobre o autor
Luís de Camões nasceu provavelmente em 1524 e morreu em 1580, em Lisboa. Soldado e poeta, viveu uma vida plena de aventuras a serviço do reino português, batendo-se contra mouros, beduínos e outros inimigos da coroa. Frequentou a corte de D. João III, onde, conta-se, fazia muito sucesso entre as mulheres. Viajante emérito seguiu para o Marrocos, onde perdeu o olho direito numa batalha contra os mouros.
Na costa da Conchinchina, seu navio naufragou e Camões perdeu a companheira Dinamene, mas conseguiu salvar os originais de seu futuramente épico Os Lusíadas. Usou seu enorme talento poético para relatar sua experiência como amante e aventureiro. Escreveu Os Lusíadas, poema-símbolo da língua portuguesa que relata a grande saga dos descobrimentos. Ficou célebre também pelos seus sonetos, considerados obras-primas do gênero pelo apuro poético e rigor da métrica.
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