Um intelectual é um indivíduo que se sente qualificado e impelido a formular e promover doutrinas que visam o desenvolvimento da Humanidade, muitas vezes em oposição às normas vigentes. O programa desta obra assenta na resposta à seguinte formulação: terão os intelectuais sido coerentes, nas suas vidas, com as ideias que defendiam? Paul Johnson constata que não e põe a nu a contradição de muitas das figuras intelectuais cujas obras influenciaram o mundo e marcaram a sua geração e as gerações seguintes. Assim, Rousseau, que propunha a criação de um estado paternalista, que se ocupasse das necessidades básicas dos cidadãos e da sua educação desde tenra idade, abandonou os seus cinco filhos em orfanatos. Marx não sabia o que era pagar um salário, pois nunca o fez, apesar de ser essa a sua obrigação perante a sua fiel criada.
O olhar penetrante de Paul Johnson e a sua escrita brilhante não poupam figuras como Shelley, Ibsen, Tolstoi, Hemingway, Bertrand Russell, Brecht, Sartre, Edmund Wilson, Lillian Hellmann, Norman Mailer e muitos outros intelectuais, sempre que a sua prática contraria os princípios que defendem. Porque, como Paul Johnson interroga, deverá o indivíduo ser menos avaliado do que as ideias que apresenta?
Um fascinante olhar sobre a natureza humana e as suas contradições.
Sobre o autor
Paul Johnson nasceu em 1928 e faleceu em 2023. Com formação em Oxford, tornou-se referência como jornalista e historiador. Seus livros se fizeram célebres por sua abrangência e erudição: do judaísmo ao cristianismo, passando por Mozart, pela história da arte, por Churchill, Darwin e Jesus, entre outras figuras e marcos da humanidade, pouca coisa escapou de sua pena. Ao longo de sua carreira, Johnson publicou mais de 40 livros, incluindo biografias, ensaios históricos e comentários políticos. Ele foi um defensor fervoroso do liberalismo clássico e frequentemente defendeu pontos de vista conservadores em seus escritos. Algumas de suas obras mais conhecidas incluem “A History of Christianity” (História do Cristianismo), “Intellectuals” (Intelectuais), “Modern Times” (Tempos Modernos) e “The Birth of the Modern” (O Nascimento do Moderno). Seu estilo de escrita é caracterizado por uma narrativa fluente e envolvente, bem como por uma forte ênfase na importância da religião, da moralidade e da liberdade individual na história humana.
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