O declínio da cultura ocidental – da crise da universidade à crise da sociedade
O livro é um ensaio de filosofia política, escrito em linguagem envolvente, no qual Bloom ataca a degradação do ensino como consequência da flexibilização das exigências na educação. Reflete com base em sua vivência como professor, atividade que exerceu com paixão por mais de 30 anos, inspirado pela convicção de ajudar os alunos a desenvolverem a plenitude de sua natureza humana, contra todas as forças deformadoras das convenções e dos preconceitos. Rejeitava as respostas fáceis da virada cultural dos anos 60, trazendo para a arena de debate pensadores que tinha como mestres, de Sócrates a Rousseau, passando por Montesquieu e, claro, Platão. Era esse o conteúdo de suas aulas, que reuniu no livro dividido em três partes: Os estudantes, O Nihilismo e A Universidade.
A crítica central de Bloom é relativa ao culturalismo que substituiu o ensino canônico. Defendia a leitura de bons livros como uma maneira de enfrentar a mais fatal tendência humana: a de crer que tudo o que existe é o aqui e o agora. Compara o ensino na Europa e nos Estados Unidos examinando como se estruturam a partir das diferenças históricas: a Europa formada num sistema religioso e monárquico e os Estados Unidos a partir da noção de liberdade desde John Locke. Deste resgate da história e da observação do comportamento jovem nos anos 60, analisa o egocentrismo, passando pela liberação sexual, o divórcio, o isolamento, o feminismo, o racismo e outros aspectos da vida que se configurou após a Segunda Guerra. Passa de um assunto a outro numa escrita que expressa um pensamento vivo, um humor irônico, mordaz e inteligente.
Sobre o autor
Allan David Bloom foi um professor de filosofia que entusiasmou gerações de alunos nas universidades de Yale, Cornell, Toronto, Paris e Chicago. Já tinha escrito sobre a política em Shakespeare, traduzido A República, de Platão, e Emílio, de Rousseau, quando lançou The closing of the American Mind, em 1987. O ataque ao sistema educacional norte-americano, que substituiu o ensino dos clássicos para acomodar as exigências do relativismo cultural, o transformou numa inesperada celebridade. Traduzido para várias línguas, no Brasil a obra ganhou o título O declínio da cultura ocidental (Best Seller, 1989). A argumentação consistente de Bloom ajuda a elucidar os tempos atuais.
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