Poucas palavras andam mais esvaziadas de sentido do que “fascista”. Seja nos debates públicos, seja nos trabalhos acadêmicos, o termo sempre aparece quando alguém quer se referir a algo como “violência e extremismo de direita”. No polo oposto do espectro político estaria o “comunismo”, palavra que recebe, porém, um tratamento diferente, sempre acompanhada de nuances, explicações e contextualização histórica.
Ao reconstituir a história das ideias políticas do século XX, o professor A. James Gregor rejeita essa tradicional interpretação, simplista e imprecisa. Na obra que o leitor tem em mãos, inédita no Brasil, James Gregor mostra que ambos os regimes, totalitários na essência, não são polos opostos, mas sim variantes de uma mesma herança do pensamento marxista — e o faz recontando a trajetória intelectual de Lênin, Mussolini e outros dos principais revolucionários do século passado.
Sobre o autor
A. James Gregor (1929–2019) foi um professor de Ciências Políticas famoso por seus estudos sobre o fascismo. Nasceu em Nova York, filho de um operário anarquista, e na juventude serviu como voluntário do exército americano. Doutorou-se na Universidade de Columbia, com dissertação sobre o teórico fascista Giovanni Gentile, e lecionou Ciências Políticas na Universidade da Califórnia. Seus estudos sobre o fascismo, fugindo dos lugares-comuns que o reduzem a um simples movimento reacionário, são famosos pela profundidade no exame de suas origens históricas e ideológicas. Alguns de seus trabalhos são The Faces of Janus, Mussolini’s Intellectuals e Marxism and the Making of China.
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