O que pretendo dividir com vocês nestas páginas, entre outras coisas, são algumas das ferramentas cognitivas que, ao longo desses últimos anos dedicados ao tema, fui desenvolvendo para diagnosticar a corrupção intelectual nas suas mais variadas formas, das mais sofisticadas às mais grosseira. Há a todas estas uma característica comum e permanente: o senso de inadequação do intelectual, que se manifesta numa experiência de isolamento, logo convertida em ressentimento e impaciência. Sentindo-se socialmente desvalorizado e impotente em suas elucubrações solitárias, o intelectual anseia por um poder de maior impacto e imediaticidade, passando a ver na militância político-ideológica a possibilidade de uma revanche contra os bodes expiatórios projetados por sua má consciência.
Além de diagnosticar a doença, pretendo também oferecer o remédio. E não há nada melhor para prevenir o espírito contra os germes da corrupção intelectual do que a exposição a bons modelos, ou seja, pensadores que mantiveram sua integridade intelectual a despeito das circunstâncias, persistindo na busca da verdade quando tudo em volta induzia à mentira. Há uma plêiade deles ao longo da história, inclusive no Brasil, e não podemos nos dar ao luxo, neste momento da crise cultural, de negligenciá-los. E assim, convido o leitor a juntar-se ao autor na difícil missão, assumidamente imodesta, e, todavia, urgente, de restauração da inteligência nacional. Aos que toparem o convite, deixo aqui minha gratidão, solidariedade e a promessa de oferecer-lhes sempre o que de melhor puder entregar.
Sobre o autor
Nascido em 1979 e natural do Rio de Janeiro, Flávio Gordon é doutor em Antropologia pelo Museu Nacional (UFRJ), colunista da Gazeta do Povo e da Revista Oeste. Autor do Best Seller “A Corrupção da Inteligência: intelectuais e poder no Brasil”. Livro que foi destinado a retraçar o mais minuciosamente possível as origens culturais e intelectuais de nossa desgraça política contemporânea, e, mais especificamente, do período de 13 anos vividos sob o infame regime lulopetista, cujo timoneiro e grande líder está agora de volta à Presidência da República. A obra está na 13ª edição e possui mais de 35 mil exemplares vendidos.
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