De todos os romances de Jakob Wassermann, Etzel Andergast representa inequivocamente o ápice da força criadora e da capacidade de análise psicológica do romancista.
Ao narrar a história do confuso Etzel Andergast, jovem de um passado familiar trágico que, à procura de uma figura paterna, elege desesperadamente o professor Joseph Kerkhoven como seu mestre, Wassermann apresenta um panorama da Alemanha durante a República de Weimar, um país prostrado pelas dívidas de guerra e oprimido pela crescente onda de ódio nacionalista.
O romance ainda mostra que em uma sociedade espiritualmente doente, pronta para ser seduzida pela mística de um demagogo, a relação entre as gerações tende a ter um desfecho trágico e imprevisível.
Etzel Andergast é o segundo volume de uma trilogia que começa com O processo Maurizius e termina com A terceira existência de Joseph Kerkhoven.
Tradução: Octavio de Faria e Maria Helena Amoroso Lima Senise.
Sobre o autor
Jakob Wassermann (1873–1934) foi um romancista e contista judeu alemão, considerado um dos maiores escritores da literatura alemã do século XX. Nascido em Fürth, cidade industrial próxima de Nuremberg, filho de um modesto comerciante, abandonou cedo a vida comercial imposta pelos pais para se tornar escritor. Em Munique, travou amizade com Thomas Mann, Rainer Maria Rilke e Hugo von Hofmannsthal, e publicou suas primeiras obras: Melusine (1896), Os judeus de Zirndorf (1897) e A história da jovem Renata Fuchs (1900), O Moloc (1902) e Alexandre em Babilônia (1904). Sua prosa psicológica e o estilo narrativo realístico, fortemente influenciado por Dostoiévski, alçou-o ao posto de um dos escritores mais lidos e traduzidos dos anos 1920– 30, com as obras Kaspar Hauser (1908), O espelho de ouro (1911), O homem dos gansos (1915), Christian Wahnschaffe (1919), sua autobiografia Meu caminho como alemão e judeu (1921), para culminar com sua obra-prima: a trilogia composta por O processo Maurizius (1928), Etzel Andergast (1931) e A terceira existência de Joseph Kerkhoven (1934). Com a ascensão do nazismo, teve seus livros banidos na Alemanha e, apesar dos agravos financeiros e do exílio na Áustria, não deixou de cumprir com a sua vocação de escritor, granjeando a alcunha de “Dostoiévski do século XX”.
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