Esta obra importantíssima, a primeira de Edmond Burke, é uma sátira política e social que ridiculariza a noção popular de uma “sociedade natural”. “Em defesa de uma sociedade natural” foi originalmente publicada em 1756 anonimamente. Um anos depois, o autor lançou uma versão revisada, mas mesmo assim, continuava sem seu nome.
É uma sátira ao deísmo de Lord Bolingbroke. Burke confrontou Bolingbroke não na esfera da religião, mas na sociedade civil e no governo, argumentando que os seus argumentos contra a religião revelada poderiam aplicar-se a todas as instituições. A obra estava tão próxima do estilo de Bolingbroke que a intenção irônica de Burke foi ignorada por alguns leitores, levando Burke em seu prefácio à segunda edição (1757) a deixar claro que se tratava de uma sátira. No entanto, esta obra foi considerada por William Godwin como a primeira expressão literária do anarquismo filosófico.
Sobre o autor
Edmund Burke (Dublin, 12 de janeiro de 1729 – Beaconsfield, 9 de julho de 1797) foi um filósofo, teórico político e orador irlandês, membro do parlamento londrino pelo Partido Whig.
Sua principal expressão como teórico político foi a crítica que formulou à ideologia da Revolução Francesa, manifesta em Reflexões sobre a Revolução na França e sobre o comportamento de certas comunidades em Londres relativo a esse acontecimento, de 1790. Sendo advogado, dedicou-se primeiramente a escritos filosóficos, entre os quais destaca-se o tratado de estética A Philosophical Enquiry into the Origin of Our Ideas of the Sublime and Beautiful (“Investigação filosófica sobre a origem de nossas ideias do Sublime e do Belo”) (1757). O livro atraiu a atenção de proeminentes pensadores continentais, como Denis Diderot e Immanuel Kant.
Sua participação na política interna inglesa foi igualmente relevante. Defendeu a restrição dos poderes monárquicos e introduziu novos conceitos constitucionais referentes aos partidos e seus respectivos membros. Burke é ainda lembrado por apoiar causas como a Revolução Americana, a Emancipação Católica e o impeachment do general Warren Hastings da Companhia Britânica das Índias Orientais.
No século XIX Burke inspirou tanto conservadores quanto liberais. Subsequentemente, no Século XX, Burke foi amplamente reconhecido como o fundador do conservadorismo moderno.
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