Principal obra de Stendhal e uma das mais importantes da literatura francesa, O vermelho e o negro é a um só tempo romance histórico e psicológico, uma inédita mescla de crônica social e incursão na natureza humana.
O vermelho e o negro conta a história de Julien Sorel, um jovem pobre e talentoso que, nos convulsivos anos de 1830, deixa para trás sua origem provinciana para circular entre as altas esferas da sociedade parisiense.
Mas o passado é traço difícil de apagar, e tão fortes quanto a determinação de Julien são as paixões que o dominam: o jovem tenta sufocar lembranças pessoais e a admiração ardente que nutre por Napoleão, figura non grata nos salões burgueses da Restauração, mas o faz em vão.
Crônica mordaz de seu tempo e romance inaugural do gênero psicológico, não é à toa que esta obra cumpriria à risca o destino vaticinado por seu autor, vindo a ser compreendida apenas muitos anos após sua publicação.
Sobre o autor
Marie-Henri Beyle, conhecido pelo pseudônimo Stendhal, nasceu em Grenoble em 1783. Em 1799, mudou-se para Paris e, por intermédio de um primo que trabalhava no Ministério da Guerra, obteve um cargo no exército napoleônico. Um ano depois, alistou-se em seu regimento no norte da Itália, país que amava mais que o seu. A seguir, trabalhou intermitentemente no setor administrativo do exército, o qual acompanhou, em 1812, na desastrosa invasão da Rússia. Depois da queda de Napoleão, Stendhal fixou-se em Milão e começou a escrever, mas, em 1821, como as autoridades austríacas suspeitassem que ele fosse espião francês, retornou a Paris. Lá publicou um estudo psicológico, De l’amour, um primeiro e malsucedido romance, Armance, e, em 1830, sua primeira obra-prima, O vermelho e o negro. Tendo aderido à “revolução” daquele ano, solicitou um cargo público ao novo regime e foi nomeado cônsul francês em Civitavecchia, nas proximidades de Roma. Em 1838, de volta a Paris em prolongada licença, escreveu sua segunda obra-prima, A cartuxa de Parma. Com a saúde abalada, retornou pela última vez a Paris em 1841 e morreu no ano seguinte. Várias obras autobiográficas, seu Journal, assim como Souvenirs d’égotismo e notadamente um relato de sua juventude, La Vie de Henry Brulard, foram publicados postumamente.
Comentários
Nenhum comentário ainda.