A Doutrina Católica ou Manual de Instrução Religiosa, é um verdadeiro clássico de Auguste Boulenger (Cônego na Catedral de Arras, norte da França), destinado ao ensino da religião católica.
O livro foi escrito na França em 1917, sendo que a 1ª edição no Brasil foi publicada em 1927. A edição brasileira utilizada pela Editora Santa Cruz data de 1949. A obra completa consta de 3 volumes, divididos em lições:
— O 1º volume contém 20 lições, sobre os Dogmas da Doutrina;
— O 2º volume contém 18 lições sobre Moral, incluindo os Mandamentos da Lei de Deus e os Mandamentos da Igreja;
— O 3º volume inclui 15 lições sobre os Meios de Santificação, ou seja, a graça, a oração e os sacramentos, e 6 lições sobre a Liturgia, isto é, a celebração e calendário das missas, os edifícios das igrejas e as festas de Cristo e dos Santos.
No prefácio da edição original (em francês), o Cônego Boulenger explica seu método e a ideia norteadora deste Manual de Instrução Religiosa:
1° — Quadro sinótico: Para servir de lembrete, o quadro sinótico tem um duplo propósito. Antes da aula, ele deve dar ao aluno uma ideia dos assuntos que serão abordados no desenvolvimento. Após a aula, ele deve fixar na memória o que acabou de aprender. Mas antes e depois da aula, o papel principal do quadro sinótico é determinar claramente as divisões e contornos do assunto, para reduzir o material a um pequeno número de pontos essenciais, mais marcantes e fáceis de lembrar. Por isso, tomamos o maior cuidado, por um lado, para colocar o máximo de nitidez possível e, por outro, para evitar sobrecargas.
2° — Vocabulário: A ciência religiosa abunda em termos abstratos e palavras eruditas. Frequentemente, eles são usados sem a compreensão de seu verdadeiro significado, resultando em lamentáveis erros e confusão. Para remediar este estado de coisas, existem pouco mais do que duas maneiras: remova as palavras difíceis ou explique-as. Na primeira hipótese, não basta excluir, é necessário substituir: corremos então o risco de substituir uma palavra imprecisa por uma palavra difícil e privar a linguagem teológica de sua notável precisão. A segunda opção parecia preferível para nós. Antes de entrar no assunto da lição, portanto, consideramos como operação preliminar essencial, especificar o significado ou os diferentes significados de palavras importantes que poderiam ser mal interpretadas.
3° — Desenvolvimento: Antes de expor a doutrina católica, fizemos questão de, sempre que necessário, apontar seus adversários e, em particular, os mais recentes – protestantes, racionalistas, modernistas – porque não devemos esquecer que se “a verdade é eterna”, seus inimigos são não e que, para permanecerem os mesmos em substância, os erros, não obstante, variaram em forma. Portanto, não hesitamos em apresentar as objeções dos inimigos da Igreja, pelo menos nas questões principais, e procuramos encontrar as melhores respostas. Quanto à própria doutrina, temos nos empenhado em fornecer uma especificação substancial e exata. Concisão, clareza, ordem e sequência rigorosa de ideias e questões: essas são as qualidades de que temos estado constantemente preocupados.
4° — Conclusão prática: Apesar de ser apresentada de uma forma relativamente breve, não é que consideremos essa parte de importância mínima. Ao contrário, não há tarefa mais urgente do que formar o sentido religioso da juventude, mas parecia-nos que este trabalho seria mais bem executado pelo catequista e que as suas palavras compensariam facilmente o que falta a um texto frio e necessariamente incompleto.
5° — Leituras: Em geral, elas são tiradas da Bíblia: elas constituem, por assim dizer, o material para a lição anterior. Como a doutrina católica quase sempre se baseia nos textos do Antigo e do Novo Testamento, não poderia haver leitura mais proveitosa do que essas mesmas fontes de nossas crenças.
Sobre o autor
Auguste Boulenger (abade) nasceu em Auchy-lès-Hesdin em 6 de março de 1868. Vigário em Saint-Nicolas-en-Cité em Arras, também foi professor de alemão na escola Jeanne d’Arc em Lille (de 1897 a 1900), depois em Béthune e no Seminário Menor de Arras (data de 1905)
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