O que há em comum entre fenômenos tão diferentes como a crescente violência escolar contra professores e alunos, casos de “assassinatos por honra”, o fenômeno da literatura dedicada a “histórias de vida trágicas” e “histórias de crimes verdadeiros”, a comoção pública após a morte de uma celebridade e as ondas de autovitimização e de indignação coletiva suscitadas por motivos banais? Theodore Dalrymple responde: o sentimentalismo.
Uma vez que esta geração cresceu desfrutando das vantagens da civilização e, ao menos entre a amostra analisada pelo autor, dos benefícios do estado de bem-estar social — tomando-os como pressupostos, gratuitos e garantidos desde sempre e para sempre —, o diagnóstico é preciso: há uma geração de mimados, para quem os bens de que goza custou muito pouco.
Diferentemente de obras como A Vida na Sarjeta e Nossa Cultura… Ou o Que Restou Dela, que são coletâneas de artigos sobre temas diversos, Podres de Mimados trata de um único tema: como o culto do sentimento “tem destruído nossa capacidade de pensar e até a consciência de que é necessário pensar”. Ou, em outras palavras, quais são as consequências sociais e políticas das ações de uma sociedade que se deixa pautar predominantemente pelos sentimentos.
Com a prosa irônica, bem-humorada e contundente que marca seu estilo, Dalrymple remonta ao Romantismo, e a Rousseau em particular, para mostrar a origem de vários males que assolam o mundo contemporâneo. Sua narrativa serve como prova empírica de que o sentimentalismo é real, está próximo a nós e nós mesmos estamos sujeitos a ele.
Sobre o autor
Anthony Daniels, o psiquiatra britânico que escreve com os pseudônimos Theodore Dalrymple, Edward Theberton e Thursday Msigwa, atuou profissionalmente em periferia de grandes cidades, prisões e países como o Zimbábue e a Tanzânia, além de outros do Leste Europeu e América Latina. A partir de sua experiência como médico e de sua clara inclinação conservadora, desponta como um crítico cultural e social implacável, avesso à celebrada noção de “Estado de bem-estar social”. É membro sênior do Manhattan Institute e colabora com veículos como The Times, The Salisbury Review, National Review, The Daily Telegraph, The Observer e The Spectator. Recebeu o Prêmio da Liberdade, em 2011, na Holanda.
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