Manuel Bandeira nasceu no Recife, PE, em 1886. Tuberculoso, foi tratar-se na Suíça, regressando ao Brasil em 1917. Neste mesmo ano publica “A Cinza das Horas”, seguido de “Carnaval” (1919), livros renovadores e modernos, antecessores do modernismo. O que levou Mário de Andrade, alguns anos depois, a chamar o poeta de São João Batista da Nova Poesia. Nestes livros, como em toda a obra posterior, o poeta se mostra simples, coloquial, irônico. E irreverente, em poemas como “Os Sapos”, nos quais satiriza os parnasianos. Ou em versos como “Quero beber! Cantar asneiras”, levando um crítico da época a dizer que já realizara seu desejo. Outra constante: a nota autobiográfica e confessional, presente em seus versos mesmo quando o tom é impessoal. E a simpatia pelos seres e aspectos humildes da vida, para os quais a maioria dos poetas não tem olhos de ver: o gatinho fazendo xixi, os meninos carvoeiros, o camelô “dos brinquedos de tostão”. O verso livre passa a predominar a partir de “O Ritmo Dissoluto” (1924). O poeta alcança a plenitude em “Libertinagem” (1930), obra madura, equilibrada, um tanto pessimista, na qual se aguça o ceticismo e a descrença em relação aos valores humanos. Os livros seguintes, repletos de poemas admiráveis, mostram que o poeta não conheceu a decadência. Pelo contrário, teve forças para se renovar aos 50 anos e se interessar pelo concretismo, já na velhice. Faleceu em 1968, aos 82 anos, preparado para “A Viagem Definitiva”: “Ir-me-ei embora. E ficarão os pássaros/ cantando./ E ficará o meu jardim com sua árvore verde/ e o seu poço branco”.
Sobre o autor
Nascido no Recife em 19 de abril de 1886, Manuel Bandeira é considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa, tendo se destacado também como cronista, professor, tradutor, ensaísta, crítico de literatura e de artes plásticas. Estreou em 1917, com A Cinza das Horas, que foi seguido por dezenas de outros livros essenciais da poesia brasileira, como Libertinagem, Estrela da Manhã e Estrela da Tarde.
Bandeira residiu a maior parte de sua vida no Rio de Janeiro. Amigo de vários dos participantes da Semana de Arte Moderna de 1922, principalmente de Mário de Andrade e Ribeiro Couto, manteve uma volumosa troca de correspondências, como se nota em seu livro Itinerário de Pasárgada.
Em 1940, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), instituição que atualmente preserva a sua biblioteca pessoal. Documentos como cartas e fotos encontram-se sob a guarda do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da Fundação Casa de Rui Barbosa (AMLB). O poeta faleceu no Rio de Janeiro em 13 de outubro de 1968.
Além dos livros, a Global disponibiliza diversos conteúdos exclusivos em seu blog: entrevistas, críticas literárias, resenhas, vídeos, notícias e muito mais.
Comentários
Nenhum comentário ainda.