“Sonhavam em alcançar o poder com o objetivo de aboli-lo; em governar o povo para livrá-lo do hábito de ser governado. Todos os seus pensamentos se tornaram realidade e todos os seus sonhos foram realizados. E onde estavam agora? Seus cérebros mudaram o destino do mundo, e depois receberam, cada um deles, uma carga de chumbo. Restavam apenas dois ou três. E o Número 1…”
Em um país sem nome, Rubashov é membro da velha guarda que ajudou a instaurar o governo totalitário do Número 1; seu trabalho é descobrir os oponentes do regime, interrogá-los e puni-los. Apesar dos anos de serviço ao Partido, a Revolução eventualmente o coloca no banco dos réus, e o torna vítima dos mesmos tratamentos brutais que ele costumava infligir. Preso, torturado psicologicamente e submetido a uma série de interrogatórios, Rubashov é forçado a prestar conta de sua carreira, sentindo na pele as terríveis ironias e traições de um movimento totalitário disfarçado de instrumento de libertação.
Antes publicado com o título O zero e o infinito e inspirado nos expurgos estalinistas, pela primeira vez em nosso país este romance aparece em sua versão original, traduzido a partir dos recém-descobertos manuscritos em alemão, para que assim o leitor possa ter contato com a obra-prima do século xx que inspirou as distopias de George Orwell.
Sobre o autor
Arthur Koestler nasceu em Budapeste em 1905. Estudou na Universidade de Viena antes de trabalhar como correspondente internacional no Oriente Médio, em Berlim e Paris. Foi membro ativo do Partido Comunista por 6 anos. Cobriu a Guerra Civil Espanhola, onde foi preso pelas tropas de Franco e recebeu sentença de morte. Em 1940 ele voltou para a Inglaterra, depois da intervenção do governo inglês para sua soltura, adotando o inglês para escrever seu primeiro livro, Scum of the Earth. Seus escritos cobriram vários assuntos, desde a política e a literatura até a área científica, e diversos deles foram publicados no Brasil: Ladrões na Noite, Chegadas e Partidas, O Fantasma da Máquina, entre outros. Koestler se suicidou em 1983, tendo expressado com frequência sua crença no direito à eutanásia.
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