A imitação consiste em transpor para o nosso próprio estilo as imagens, os procedimentos e o jogo das frases que dão vida ao tom peculiar de um autor. Mas tal jogo, longe de ser o resultado de um método artificial, é fruto da sensibilidade interior, e é essa sensibilidade que é necessário absorver, e não a parte material do texto. Imitar não é copiar, nem parodiar. A paródia é uma imitação servil; é um exercício mecânico de meter a mão em algo que não é nosso. Quanto ao plágio, é roubo desleal e condenável. A boa imitação, por sua vez, consiste em aproveitar as concepções e a forma da exposição de outrem, e colocá-las em ação segundo as qualidades pessoais e o modo de ver do imitador. Longe de suprimir o mérito individual, este processo serve para criá-lo. Este livro trata de expor como se pode aprender a escrever estudando e assimilando os processos dos bons escritores. O autor percorre as obras dos grandes mestres, dos clássicos aos modernos, fazendo ressaltarem as belezas que devemos imitar, e os defeitos que é preciso evitar.
Sobre o autor
Antoine Albalat nasceu na pequena vila de Brignole, no sudoeste francês, em 1856. Foi um verdadeiro “homem de letras”: jornalista, escritor, poeta, ensaísta e crítico literário. Tornou-se célebre por seus estudos sobre a gênese da criação literária, nos quais analise uma variedade de manuscritos de grandes escritores franceses – como Chateaubriand, Flaubert, Bossuet, Pascal, La Fontaine e muitos outros.
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