Por que os grandes gurus do Vale do Silício proíbem seus filhos de usar telas? Você sabia que nunca na história da humanidade houve um declínio tão acentuado nas habilidades cognitivas? Você sabia que apenas trinta minutos por dia na frente de uma tela são suficientes para que o desenvolvimento intelectual da criança comece a ser afetado?
O uso da tecnologia digital – smartphones, computadores, tablets, etc. – pelas novas gerações tem sido absolutamente astronômico. Para crianças de 2 a 8 anos de idade, o consumo médio é de cerca de três horas por dia. Entre 8 e 12 anos, a média diária gira em torno de cinco horas. Na adolescência, esse número sobe para quase sete horas, o que significa mais de 2.400 horas por ano, em plena fase de desenvolvimento intelectual.
Ao contrário do que a imprensa e a indústria da tecnologia costumam difundir, o uso das telas, longe de ajudar no desenvolvimento de crianças e estudantes, acarreta sérios malefícios à saúde do corpo (obesidade, problemas cardiovasculares, expectativa de vida reduzida), ao estado emocional (agressividade, depressão, comportamentos de risco) e ao desenvolvimento intelectual (empobrecimento da linguagem, dificuldade de concentração e memória).
O neurocientista Michel Desmurget, diretor de pesquisa do Instituto Nacional de Saúde da França, propõe a primeira síntese de vários estudos que confirmaram os perigos reais das telas e nos alerta para as graves consequências de continuarmos a promover sem senso crítico o uso dessas tecnologias.
Sobre o autor
Michel Desmurget é um pesquisador francês especializado em neurociência cognitiva. Ele viveu nos Estados Unidos por quase oito anos, trabalhando em várias universidades americanas, incluindo o MIT, a Universidade Emory e a Universidade da Califórnia em São Francisco. Em 2011, ele foi nomeado diretor de pesquisa do INSERM (Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica – França). Também é autor de TV lobotomie: La vérité scientifique sur les effets de la télévision (2011), que denuncia os efeitos nocivos da televisão sobre a saúde e o desenvolvimento cognitivo, especialmente em crianças. Ele também estudou os efeitos de várias dietas de emagrecimento no corpo e conta sua experiência em L’Anti-régime, maigrir pour de bom (2018). A fábrica do cretino digital foi descrito pela rádio France Inter como um “livro de saúde pública”, e recebeu Prêmio Femina de Ensaio em 2019.
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