Quem poderia dizer sinceramente que os dias de hoje ostentam um clima de céu azul para a poesia? O público se afasta pouco a pouco de poemas e poetas. Ainda assim, sentimos todos uma profunda necessidade de poesia, daquela palavra que faz ressoar a vida em toda sua intensidade e beleza, daquele fenômeno que nos mostra o ser mais íntimo das coisas, que nos revela a condição humana no seu mistério sem fim. Impelido pelo dever de não deixar morrer essa força de redenção, Murillo Araujo, grande poeta e conhecedor da tradição poética ocidental, busca elucidar quais são as principais características da arte poética. Primeiro, aborda a questão do conceito e da forma na poesia, para depois apresentar em linguagem simples e sintética os instrumentos dessa arte. Tanto o leitor iniciante quanto o mais versado no tema encontrarão nesta obra um distinto guia pelo universo da poesia.
Sobre o autor
MURILLO ARAUJO é considerado um dos grandes expoentes do modernismo brasileiro. Nascido a 26 de outubro de 1894 na cidade de Serro, Minas Gerais, estreou na poesia com o livro Carrilhões (1917), para depois compor sua obra poética sob a influência de nomes como Walt Whitman, António Nobre e Émile Verhaeren: A galera (1920), Árias de muito longe (1921), A cidade de ouro (1927), A iluminação da vida (1927), A estrela azul (1940), As sete cores do céu (1941), A escadaria acesa (1941), O palhacinho quebrado (1946), A luz perdida (1952) e O candelabro eterno (1955). Junto com Cecília Meireles, José Cândido de Andrade Muricy, Adonias Filho e Tasso da Silveira, foi membro do Festa, grupo de poetas modernistas brasileiros que buscavam um retorno às raízes simbolistas e à tradição espiritualista católica. Em prosa, publicou também A arte do poeta (1944), Ontem, ao luar (1951), Aconteceu em nossa terra (1952) e Quadrantes do modernismo brasileiro (1958), além de traduzir O inspetor geral de Nikolai Gógol. Em 1971, recebeu o prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra. Seus poemas chegaram a ser musicados por variados autores, entre os quais Heitor Villa-Lobos, Eleazar de Carvalho e Hekel Tavares. Morreu no Rio de Janeiro, a 1º de agosto de 1980.
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