O sexto volume d’O que restou do Imbecil reúne os textos que Olavo de Carvalho publicou na imprensa em 2003, primeiro ano do governo Lula no poder, em que tiveram início as articulações que, pouco tempo depois, estourariam nos escândalos de corrupção e, na década seguinte, na operação investigativa que levaria um ex-presidente para a prisão. Em seus artigos, o filósofo mostrava as relações entre o comunismo ascendente e o narcotráfico, e a intenção do governo de legalizar as drogas — para a felicidade geral da nação. Lembrava sempre que, “para saber o que é o comunismo, é preciso olhá-lo sobretudo como conjunto de ações concretas, que vão desde a formação dos primeiros grupos militantes até à tomada do poder e à instauração da nova sociedade”. Foi também o ano em que estourou a Guerra do Iraque, e vemos aqui esboçada a atuação das fundações multibilionárias e da revolução islâmica, a atacar os EUA e Israel. Vinte anos depois, vale a pena ver registrada a nossa própria história, a fim de que, compreendendo como as coisas se passaram, compreendamos o estado de coisas atual e o que ainda nos reserva o porvir, lembrando a divisa do autor segundo a qual “muitas coisas que eu escrevi vão ser úteis depois da minha morte”.
Sobre o autor
Olavo de Carvalho, nascido em Campinas-SP, em 29 de abril de 1947, tem sido saudado pela crítica como um dos mais originais e audaciosos pensadores brasileiros. A tônica de sua obra é a defesa da interioridade humana contra a tirania da autoridade coletiva, sobretudo quando escorada numa ideologia “científica”. Para Olavo de Carvalho, existe um vínculo indissolúvel entre a objetividade do conhecimento e a autonomia da consciência individual, vínculo este que se perde de vista quando o critério de validade do saber é reduzido a um formulário impessoal e uniforme para uso da classe acadêmica.
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