Como o seu autor, titular da Universidade de São Paulo, sublinhou nas páginas introdutórias, as obras literárias são examinadas no seu contexto histórico-sócio-cultural, sem perder de vista a “continuidade específica” em que se inscrevem. Divisadas, por conseguinte, como documento e como testemunho, pressupõem a aliança entre a “desejada objetividade do historiador descritivo e analítico e a intuição peculiar ao crítico literário”. Para tanto, considera que a ênfase há de recair no texto das obras, “precisamente por constituir a condição sine qua non da historiografia e da crítica literária: e do texto procurar-se-á depreender o correspondente módulo crítico”, tendo em mira “a identidade de cada acontecimento, obra ou corrente literária. Assim, a unidade geral da História da Literatura Brasileira se estabelecerá por meio do diagnóstico duma persistente metamorfose dos eventos e da matéria literária, pois unidade não implica obrigatoriamente uniformidade”.
Sobre o autor
Massaud Moisés (São Paulo, 9 de abril de 1928 – São Paulo, 11 de abril de 2018) foi um professor brasileiro, titular da Universidade de São Paulo (USP), de 1973 a 1995, ano em que se aposentou. Em 1951 foi professor de literatura brasileira em vários colégios de São Paulo, bem como na Unversidade Mackenzie e na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras “Sedes Sapientiae” da Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC-SP).
Tendo sucedido ao Prof. António Soares Amora na Cátedra de Literatura Portuguesa da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), desenvolveu importantes trabalhos de pesquisa nesta área, a partir da década de 1950. Os estudos de Literatura Portuguesa haviam sido introduzidos nas universidades brasileiras no final da década de 1930. Na USP, esse trabalho se deu pelas mãos do professor português Fidelino de Figueiredo, cujo trabalho foi continuado pelo seu discípulo António Soares Amora, a quem sucedeu Massaud Moisés.
Foi professor visitante nas universidades de Wisconsin (1962-63), Indiana (1967-68), Vanderbilt, Texas (1971), Califórnia (1982), Vanderbilt (1970-87) e Santiago de Compostela (2001), tendo sido também o coordenador literário da Colóquio/Letras no Brasil. A 26 de novembro de 1987 foi feito Comendador da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal.
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